16 de janeiro de 2010

latitudes de silêncio

onde o mar é liso
e de profunda calmaria
unem-se em silêncio
duas margens
onde o vento não sopra
para longe o esquecimento
sublima-se em movimentos
barcos a deriva
de insólito encontro
onde o mar abriu-se
naufragou-se o encanto
não há por agora
uma ilha a aportar
para trás rastros de espuma
milhas e milhas de "nós"
onde no céu gaivotas cinzas
planam no ar em vôo cansado
espargem no éter
solidão e melancolia
onde um que de saudade
envolve-se de maresia
e fixam-se no mastro
as velas frágeis do desengano
acenam ao céu
sinais de uma aliança divina
plasma-se um arco íris

© Clivânia Teixeira

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