23 de janeiro de 2010

beija a flor

tênue é o vôo
que vem do íntimo
olhares que migram
flor em flor
como a tornar possível
o alvo migrante
de etérea beleza
reino de melancolia
que invade o momento
e esvai-se lentamente
rio latejante, insinuante
a fluir entre as veias
pensamentos raros
delirantes, sutis
um respirar a insultar rumores
é como se perde o olhar
no contemplar de anjos,
de sonhos ou poesia
na rapidez do vôo
busca do que jamais se viu
ato contínuo a sugar o néctar
como se cada flor
fosse o sentir saudades
do algo que sequer viveu

© Clivânia Teixeira

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