17 de janeiro de 2010

as entrelinhas do silêncio

as palavras não pronunciadas
pairam em letras soltas
a aglutinarem-se cuidadosas
em sílabas harmônicas
que predestinam aos ouvidos
ensaios sussurrados
de apelos mudos enclausurados
nos lábios do silêncio
as verdades despem-se
por mãos envoltas no cetim macio
de perguntas dissimuladas
desprovidas de vãs interrogações
pondera-se o clamor dos sentidos
e lentamente a paz se instala
o ar retorna a respiração
o bater ritmado ao peito
as certezas desabrocham
tal qual flores a acreditarem-se
alvoradas nas manhãs
tatua-se no semblante a serenidade

© Clivânia Teixeira

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