24 de fevereiro de 2012

Útero

Por vezes o mundo é a intimidade que habito
E o irmão mais próximo cabe na palma do universo
E o amor mais profundo tem a imensidão das galáxias
Por vezes escrevo teu nome em abismos, outras vezes
Em paraísos, mas sempre sempre
A eternidade és tu amanhã

₢ Clivânia Teixeira

Sinestesia


Da ponta da língua
A extremidade dos dedos
O meu sabor é você

₢ Clivânia Teixeira

Desde Já


Reverencio para sempre as almas prontas para a posteridade. É gratificante perceber que estas não estão e nem pouco são, regidas por metrias tais como tom de pele, moedas, quilogramas, centímetros, status ou crenças, mas são absolutamente mensuráveis numa medida chamada realização, ou seja definitivamente escrevem seu nome tecendo fatos na teia da vida.

23 de fevereiro de 2012

Ego humano é


É pena que alguns se percam nos abismos da vaidade, quando deveriam se deleitar às sombras das realizações.

₢ Clivânia Teixeira

As cantigas de amigo



De uma beleza impar, assim é a forma de dizer no feminino.

Esta trova foi escrita por D. Dinis, 6º Rei de Portugal, esposo da Rainha Santa Dona Isabel, o mesmo que fundou a Universidade de Coimbra e responsável pela existência dos pinhais de Leiria, segundo dizem o primeiro rei alfabetizado de Portugal.
Abaixo um pouco sobre este tipo de cantiga.

As cantigas de amigo

As cantigas de amigo são um tipo dentre as cantigas do Trovadorismo, poesias feitas para serem entoadas nas ruas acompanhadas por música. Compostas por trovadores, cantadas por eles mesmos ou apenas por cantores, os jograis; assim eram as cantigas portuguesas do século XIII.
No início deste século, Portugal vivia, sob o reinado de D. Afonso II, um período de desenvolvimento comercial e expansão econômica e a consolidação de uma sociedade extremamente religiosa católica e com resquícios e influências do domínio árabe na região. Já no final do século, o rei D. Dinis incentivou a cultura nacional, determinando que os documentos oficias fossem escritos em português e não mais em latim e criando a primeira universidade portuguesa, a Universidade de Coimbra.
Na literatura medieval havia a poesia lírica francesa, escrita em provençal, a poesia ibérica épica, em castellano, e a poesia ibérica lírica, em galego- português; é a esta última que as cantigas de amigo pertencem. Estas possuem um caráter local e, por comunicarem-se por via oral, são rítmicas e versificadas.
As cantigas de amigo eram compostas por homens usando a voz feminina, tratavam de temas femininos, como o da mulher só, cujo "amigo" (amado/amante) foi para a guerra ou para o mar, o da mulher abandonada e o da mulher feliz. Estas cantigas, provavelmente, são influência da literatura árabe, na qual um gênero de cantares é a regueifa, que usa temas femininos, escritos por homens como se fossem mulheres. Na maior parte das cantigas os trovadores usam a voz da mulher para transmitir o ponto de vista masculino sobre sentimentos e atitudes femininos e ironizar a mulher que tentava transgredir os padrões sociais, usando o tema do amor, da coita (ou sofrimento) e da morte por amor.
Na sociedade portuguesa do século XIII as mulheres, mesmo as damas da corte, não tinham um papel importante, ou mesmo um papel, na produção intelectual. A maioria delas nem sabiam ler e escrever, viviam para criação dos filhos e cuidar do marido, escolhido por seus pais, muitas vezes por interesses econômicos, eram mulheres mudas social e intelectualmente, não tinham o direito de expressar o que sentiam ou o que achavam sobre o mundo. Tinham apenas o dever de serem obedientes esposas e fervorosas católicas.
O pouco que sabemos sobre como, realmente, eram é por mulheres que desobedeceram a sociedade, como as trobairitz francesas, que dominaram a escrita e penetraram no mundo intelectual, escrevendo trovas e contos que demonstraram que as mulheres sentem, desejam e lutam pelos seus homens.


Lírica galego-portuguesa - língua falada em Portugal no sec. XIII e XIV

Fonte:http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno09-29.html

22 de fevereiro de 2012

Maravilhoso Mundo do Vik Muniz

A extraordinária arte que faz do lixo um luxo, pelos olhos e sensibilidade desse grande artista que é o Vik Muniz.

Compartilho aqui o documentário completo, generosamente compartilhado pela Simone Pessoa, escritora de grande percepção que tem o dom de contemplar as coisas do mundo e dizer sobre essas coisas com maestria.

21 de fevereiro de 2012

Vera Sorriso




Existem pessoas que entram em nossas vidas como um raio a iluminar o sorriso.
Vera Mourão,um grande olhar que nos detém numa marca registrada: alegria de viver.
Sinceramente acredito que uma só vida não basta para desfrutar das pessoas especiais, e ainda bem que acredito em outras vidas.
Até um dia mulher sorriso, agradeço a Deus por ter tido a graça de cruzar o seu caminho.

15 de fevereiro de 2012

O Encanto dos Dias

é a caixa dos segredos
sangue a irrigar a alma
energia para cumprir a vida
invasão posse em silêncio
tempo de lapidar
um ao outro
dentro do coração

7 de fevereiro de 2012

A Fé Nossa de Cada Dia

Evito o quanto posso falar ou escrever sobre religião e eis que aqui não é o caso. Trata-se de uma abordagem simples e sem alardes sobre a diversidade dos caminhos que levam a Deus.

Tenho refletido acerca da fé, sem que isso seja alvo em meu ser de grandes inquietudes ou de buscas frenéticas, afinal parto de um ponto: acredito em Deus.

Costumo respeitar todos os credos e todos os que crêem, procuro abolir interferências invasivas sobre a minha forma de ser e estar na religiosidade e admiro as descobertas de todos em busca da espiritualidade.

Duas frases neste quesito me marcaram profundamente nos últimos tempos, a primeira delas dita por Shri Mataji Nirmala Devi, fundadora da Sahaja Yoga*: As religiões são pétalas de uma mesma flor. A segunda lida na biografia do Steve Jobs, onde ele expõe a seguinte reflexão: O cristianimo perde sua essência quando fica baseado demais na fé em vez de viver como Jesus ou ver o mundo como Jesus o viu. Acho que as diferentes religiões são portas diferentes para a mesma casa. As vezes, acho que a casa existe e às vezes não. É o grande mistério.

Citações ditas por pessoas que admiro profundamente e que vivenciaram este mundo, assim como eu vivencio.

Estas frases traduzem os caminhos polifurcados em busca de Deus, aqui me refiro a pluralidade dos caminhos e jamais a caminhos errados, até por que o resultado da trajetória do erro é o acerto e/ou o aperfeiçoamento interior, o qual contribui para a reforma íntima de todos os seres.

O direito de ser e estar dentro daquilo que se acredita é sagrado, e a meu ver é também percorrendo os múltiplos caminhos que chegaremos a esta Inteligência suprema que é Deus.

Concordo integralmente com Shri Mataji e ao contrário do Steve Jobs, acredito que a casa exista.

Possa Deus abençoar cada olhar que passar por aqui