15 de fevereiro de 2010

a palavra à toa

"Palavras não existem
fora da nossa voz as
palavras não assistem
palavras somos nós"
(CRUZ, Gastão. "A doença". Os poemas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009)


um alarme toca na ponta dos dedos
rabisco sem pontos sem vírgulas
sem compromisso esbarro em mim mesmo
insulto com termos que mordem
como pode ter sentido o não sentido
se a palavra inexplicavelmente é um poema
no céu aberto de mim mesmo
aprecio este estardalhaço na calma
no espaço em mim que desconheço
a palavra anda descalça
entrelinhas que se cruzam
mensagem subjacente
do simples olhar que não se cruza
debruçada na janela da metamorfose
transforma-se

© Clivânia Teixeira

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