16 de fevereiro de 2013

"Prosseguir, naturalmente."




A vida sinaliza caminhos polifurcados no tocante as escolhas, o que certamente nos traz incertezas sobre qual caminho seguir.

Não tomar uma decisão é dos caminhos escolhidos o pior, pois certamente nos levará a estagnação e na inércia permanecemos sem movimentar a energia que se estabelece juntamente com o marasmo.

Optar pela decisão que de alguma forma nos impulsiona a ir em frente, é um balizador que nos indica que esta é a escolha mais assertiva.

O fato é que tentar vem a ser o meio mais sólido para se conseguir chegar a algum lugar. Assim escrito parece óbvio, mas nem sempre o é.

Muitos são os exemplos que conhecemos de grandes personalidades que por muitas vezes se viram em encruzilhadas ou acabaram com a sensação de não sair do lugar e até mesmo vontade de desistir.

Alberto Santos Dumont em suas experiências ainda com balões esféricos descrevia estas como:

- "Achava-me só, perdido nas nuvens, entre relâmpagos e ruídos de trovões, e a noite se fechava em torno de mim".

Quantas vezes não nos sentimos assim ante as vicissitudes da vida? Sejam bem vindos, pois isso acontece com todos em um ou vários momentos da vida, não importa o estágio em que nos encontremos.

Em outra passagem interessante de suas narrativas, Santos Dumont descreve:

- "Eu ia, ia, nas trevas. Sabia que avançava a grande velocidade, mas não sentia nenhum movimento. Ouvia e recebia a procela, e era só. Tinha consciência de um grande perigo, mas este não era tangível. Uma espécie de alegria selvagem dominava os meus nervos. Como explicar isto? Como descrevê-lo? Lá no alto, na solidão negra, entre os relâmpagos que a rasgavam, entre o ruído dos raios, eu me sentia como parte da própria tempestade!".

Acolher a procela dentro de si e suas consequências com maestria, sendo você acima de tudo o seu próprio mestre é gesto de grande plenitude perante os aprendizados que a vida nos proporciona. Livre da energia da influencia do outro nem sempre benéfica, escolhemos e assumimos nós qual o caminho a seguir, não desmerecendo a opinião amiga que é elemento saudável para parametrizar nossas decisões.

É preciso ter muita lucidez para estarmos no olho do furacão e não perdermos o norte de nossa bússola, mas se silenciarmos na penumbra do nosso íntimo, ouviremos a resposta a partir da voz divina que há em cada um.

E para finalizar vejam a beleza da resposta de Santos Dumont, que deixo aqui como reflexão para os momentos de dúvidas, e da mesma forma que ele após os inúmeros incidentes vivenciados, vamos dar à vida e ao agir a mesma resposta, simples e sábia, que ele dava quando alguém o indagava o que fazer ante suas imensas tentativas nem sempre bem sucedidas:
"Prosseguir, naturalmente."

Assim seja!

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